Introdução
A busca pela economicidade e eficiência das operações é uma constante na rotina do profissional caminhoneiro. Com uma série de despesas a serem gerenciadas, que incluem combustível, manutenção do veículo, alimentação e hospedagem, entre outras, controlar custos é fundamental para garantir a rentabilidade do transporte rodoviário de cargas.
Planejamento de rotas: o primeiro passo para a redução de custos
Uma jogada importante para quem deseja otimizar custos kilometro rodado é o planejamento logístico da rota de entregas e coletas. Definir o melhor trajeto, evitando o retorno com o caminhão vazio, é uma forma de diminuir o consumo de combustível e demais gastos que incidem sobre a quilometragem total percorrida na viagem.
Além da roteirização prévia, o uso de aplicativos de monitoramento de tráfego e rotas pode ajudar o motorista a tomar decisões assertivas, em tempo real, sobre qual o caminho mais econômico a ser seguido até o destino final da carga.
“Faço o planejamento antecipado das rotas para chaque viagem que faço. Isso ajuda não só na performance do caminhão, evitando consumo excessivo com desvios, mas também deixa a viagem bem mais tranquila e produtiva”, diz Roberto, caminhoneiro autônomo com mais de 20 anos de estrada.
Manutenção do caminhão impacta no consumo
Saber identificar problemas mecânicos antes que eles comprometam o funcionamento do motor, além de evitar pancadas custosas, também reflete em uma condução mais econômica do caminhão.
Alguns pontos de atenção para manter a saúde do veículo em dia:
- Verificar constantemente os níveis de água, óleo e líquido de arrefecimento
- Calibrar os pneus regularmente, garantindo a pressão ideal de uso
- Lubrificar pontos sujeitos a atrito, evitando superaquecimento de peças
- Detectar vazamentos, barulhos estranhos ou superaquecimento do motor que indiquem a necessidade de manutenções preventivas ou corretivas
Checar esses itens periodicamente ajuda o motorista a evitar falhas mecânicas sérias, que comprometeriam a dirigibilidade plena do equipamento em viagem, além de resultarem em custos bem mais elevados com a parada operacional e grandes reparos.
Boas práticas ao dirigir melhoram desempenho do caminhão
Muito além de apenas ligar o caminhão e sair dirigindo, existem algumas boas práticas que o motorista pode adotar para melhorar o rendimento do veículo, reduzindo o consumo excessivo de diesel:
- Evitar arrancadas bruscas e freadas: esses movimentos aumentam em muito o consumo de combustível, além de prejudicar pastilhas de freio e demais componentes sujeitos ao atrito.
- Não carregar peso em excesso: além dos limites legais de peso por eixo, um caminhão carregado além da capacidade tende a consumir muito mais, pois o motor é exigido ao extremo.
- Desligar o motor em paradas prolongadas: deixar o caminhão ligado em descargas demoradas ou pausas para refeição gera gasto desnecessário de diesel.
“Antes mesmo de sair com o caminhão eu sempre verifico os pneus, níveis de fluido e testo os freios. Faço essas pequenas manutenções constantemente. Rende menos dor de cabeça depois”, conta Paula, caminhoneira rodoviária.
Essas são apenas algumas dicas iniciais, que certamente trarão economia considerável quando incorporadas pelo motorista em seu dia a dia de viagens pelo país.
Gestão financeira do caminhoneiro
Além de adotar medidas para baratear o custo operacional do transporte em si, o profissional autônomo pode tomar algumas providências para gerir melhor suas próprias finanças pessoais:
- Ter clareza sobre todos os custos fixos e variáveis da operação, incluindo financeiros como parcelas de financiamento do veículo. Isso permite precificar de forma correta o frete e negociar margens saudáveis com embarcadores.
- Renegociar contratos de telefonia, planos de internet para tablet/smartphone, além de serviços de telemetria e rastreamento. Há diversas ofertas no mercado que podem gerar boa economia mensal.
- Planejar antecipadamente a alimentação e hospedagens necessárias durante a viagem. Levando lanches de casa, pesquisando promoções em aplicativos de hotéis/restaurantes e evitando compras desnecessárias nos postos de combustíveis.
- Procurar fontes de renda extras licitas, como publicidade adesivada no caminhão e o aluguel do veículo em momentos de folga ou férias. O objetivo é complementar o faturamento e diluir custos fixos da operação.
- Investir os ganhos em aplicações de baixo risco e resgate imediato, formando uma reserva financeira para momentos de imprevistos, como avarias ou períodos de baixa na demanda do setor.
“Tenho planilha com todos os meus ganhos e gastos mensais. Faço projeções com antecedência para negociar o valor dos fretes, além de deixar uma reserva separada. Me ajuda bastante nessa vida agitada”, explica Carla, dona de caminhão desde 2015.
A adoção dessas medidas proporciona ao motorista autônomo menos riscos, maior controle da operação e, consequentemente, rendimentos mais satisfatórios no setor do transporte rodoviário de cargas.
Tecnologia aliada na busca por economicidade
Diversas soluções tecnológicas disponíveis atualmente tem o propósito de aumentar a eficiência do caminhoneiro, gerando economia de recursos e melhoria da performance da atividade.
Alguns exemplos que têm ganhado espaço:
Apps de roteirização ePlanejadores de rotas inteligentes
Auxiliam o motorista a traçar a melhor rota em termos de menor custo operacional, considerando pedágios e combustível gasto, por exemplo. Além disso, alguns apps já conseguem sugerir rotas prevendo condições climáticas, picos de tráfego urbano e incidência de obras em rodovias.
Sistema de monitoramento de desempenho
Esses equipamentos captam uma série de informações do motor, como rotação do eixo de virabrequim, temperaturas do líquido de arrefecimento e pressão interna dos cilindros.
Com esses dados, o motorista consegue identificar irregularidades no consumo do motor e tomar medidas corretivas, antes que o problema se agrave e resulte em custos ainda maiores com a manutenção.
Novas tecnologias para melhorar eficiência energética
As montadoras de caminhões investem continuamente no desenvolvimento de novas soluções para baratear o custo operacional do transporte rodoviário, melhorando a eficiência energética dos veículos.
Entre as novidades que começam a equipar os novos modelos de caminhão no mercado estão: motores elétricos híbridos, uso de biocombustíveis, pneus com menor resistência ao rolamento e sistemas de freios regenerativos.
“Hoje eu monitorei tudo no painel digital do meu caminhão: consumo, rotação do motor e temperatura. Segundo o sistema, vou poder rodar mais 100km até passar no próximo posto para revisão. A tecnologia no caminhão facilita demais o nosso dia a dia”, orgulha-se Paula.
Condições de trabalho influenciam nos resultados
Além dos fatores operacionais, a capacidade de concentração e disposição do motorista ao longo da jornada de trabalho também influenciam fortemente no rendimento e economicidade da operação rodoviária.
Sendo assim, atenção especial deve ser dada às regulamentações trabalhistas e boas práticas de gestão de pessoas adotadas pelas empresas do setor de logística e transporte de cargas, especialmente no que diz respeito a:
- Carga horária de trabalho e tempo de direção contínuo
- Períodos de descanso entre jornadas e intervalos para refeição
- Esquemas de remuneração e benefícios oferecidos
- Programas de saúde e qualidade de vida aos operadores
Condições mais humanizadas de trabalho e valorização dos profissionais caminhoneiros são essenciais para garantir maior segurança nas estradas e produtividade das operações.
Essas ações que promovem o bem-estar do trabalhador refletem também positivamente no bolso do transportador, reduzindo a ocorrência de imprevistos e falhas que geram prejuízos financeiros às empresas do setor.
Considerações finais
Portanto, fica evidente que os caminhoneiros brasileiros precisam adotar uma variedade de medidas para tornar sua operação rentável e sustentável financeiramente. Não existe bala de prata: o caminho para os melhores resultados passa por planejamento, disciplina e disposição para incorporar inovações tecnológicas ao dia a dia na estrada.
